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COMUNICADO GERAL hoje (28/11) para quem informa o CPF NA NOTA em Farmácias e possui documento final 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9

Fornecer o CPF na nota fiscal durante compras em farmácias é uma prática disseminada, principalmente por causa de incentivos como a Nota Fiscal Paulista.

No entanto, profissionais da área alertam sobre os riscos de compartilhar esse documento em estabelecimentos farmacêuticos.

Mesmo que a intenção seja participar de sorteios ou obter descontos fiscais, esse procedimento pode revelar dados pessoais importantes.

COMUNICADO GERAL hoje (28/11) para quem informa o CPF NA NOTA em Farmácias e possui documento final 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9
COMUNICADO GERAL hoje para quem informa o CPF NA NOTA em Farmácias e possui documento final 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9 – Imagem: Edson Lopes.

Quando o CPF é registrado na nota, os estabelecimentos farmacêuticos transmitem as informações da transação para autoridades fiscais, permitindo que operadoras de saúde e seguradoras acessem esses registros.

Isso engloba detalhes sobre medicamentos adquiridos, possibilitando inferências sobre condições médicas específicas.

Tais dados podem ser utilizados por operadoras de saúde para modificar a classificação do usuário, podendo resultar em reajustes nas mensalidades ou até mesmo rescisão contratual.

CPF na Nota em farmácias e o Plano de Saúde

O compartilhamento do CPF na aquisição de medicamentos apresenta riscos, pois operadoras podem utilizar essas informações para análises de perfil.

Quando um cliente compra regularmente remédios de alto custo ou para doenças sérias, como problemas do coração, a operadora pode classificá-lo como usuário de alto risco, elevando valores ou restringindo serviços.

Adicionalmente, pessoas sem plano de saúde podem receber propostas com valores elevados, baseadas em seu histórico de compras de medicamentos.

Vantagens de incluir o CPF na Nota Fiscal

A exigência do CPF na nota fiscal para compras de remédios de valor elevado tem propósitos além do registro do comprador.

Vários estados do Brasil criaram iniciativas que estimulam os cidadãos a fornecerem o CPF nas compras, com o objetivo de reduzir a evasão fiscal e incentivar o cumprimento das obrigações tributárias.

Esta iniciativa oferece múltiplos benefícios aos consumidores, incluindo reduções no valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), além da chance de concorrer a premiações em dinheiro.

Como proteger seus dados

A solução mais eficaz é recusar-se a informar o CPF em compras farmacêuticas. Essa decisão impede o compartilhamento indevido de suas informações médicas.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) garante ao consumidor maior domínio sobre o uso de suas informações, promovendo privacidade e proteção.

O que realmente acontece?

As farmácias utilizam o CPF como uma forma de coletar dados e construir perfis de consumo. Ao informar o CPF, o cliente não apenas obtém um desconto, mas também contribui para a formação de um banco de dados que pode ser explorado comercialmente. Essa coleta de dados é uma prática comum, mas levanta questões sobre privacidade e consentimento.

Um exemplo claro pode ser encontrado na comparação de preços de um medicamento. Um cliente pode pagar R$ 31,78 por um anti-inflamatório se não fornecer o CPF, mas esse preço pode cair para R$ 8,50 ao informar o número. Essa diferença de 73% é atrativa, mas esconde uma realidade mais profunda sobre como os dados dos consumidores são utilizados.

O papel do CPF na estratégia de marketing das farmácias

As farmácias não apenas coletam dados para oferecer descontos, mas também utilizam essas informações para direcionar suas estratégias de marketing.

Construção de perfis de clientes

Com os dados coletados, as farmácias conseguem identificar padrões de compra e comportamento dos consumidores. Isso permite que elas segmentem suas campanhas publicitárias, oferecendo produtos específicos para grupos que já demonstraram interesse em determinadas categorias de medicamentos.

Publicidade direcionada

Uma das estratégias adotadas é a publicidade direcionada. Por exemplo, consumidores que compram antidepressivos podem começar a ver anúncios relacionados a esses produtos não apenas nas farmácias, mas também em redes sociais e plataformas como YouTube. Isso demonstra como os dados de saúde são utilizados para fins comerciais, levantando preocupações sobre a ética dessa prática.

Carolina Ramos Farias

Redatora do Revista dos Benefícios, é Graduada pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Especialista em redação sobre Direitos do Trabalhador e Benefícios Sociais